O ataque do Hamas a Israel em 2023 trouxe à tona novamente o assunto sobre a Guerra Israel x Palestina. Neste artigo, você vai ver sobre a origem desse conflito e o que busca cada um dos lados.
Por ser algo que envolve religião e também uma certa disputa de narrativas entre Ocidente e Oriente, existem muitas informações que ficam escondidas e muita gente que opina sem conhecer a fundo. Só que, neste artigo, você vai ver que há mais vilões do que mocinhos.
A origem do conflito Israel x Palestina
A história é antiga e acontece porque judeus e muçulmanos reivindicam o seu próprio espaço de soberania. Ou seja, um país para chamar de seu. E a principal disputa é a cidade de Jerusalém, que é sagrada para o cristianismo, o islamismo e o judaísmo.
A briga de fato começou com o surgimento do movimento sionista, no final do século XIX. Na ocasião, uma grande quantidade de judeus começou a migrar em massa para os territórios da Palestina, que até então contava com cerca de 500 mil árabes.
Os judeus reivindicavam esse território alegando que era deles até a expulsão pelo Império Romano no século III.
O movimento não só defendia o retorno, como também a formação de um Estado Nacional Judeu. Essa defesa acontecia também pelo crescente antissemitismo que ocorria na Europa, ou seja, a perseguição aos judeus.
Só que esse desejo e essa migração em massa entravam em choque com a comunidade árabe, que já estava estabelecida na Palestina há muitos séculos.
O papel do Reino Unido e a intervenção da ONU
Nesse período, no começo do século XX, a autoridade colonial da região era o Reino Unido. No entanto, após o fim da Segunda Guerra Mundial, os ingleses abriram mão do domínio, deixando a disputa entre palestinos e judeus para resolução da ONU.
ONU decidiu pela criação de Estados de Israel e Palestina
E o que a ONU decidiu foi que a Palestina deveria ser dividida entre judeus e árabes, com quase metade do território para cada povo. Já Jerusalém ficaria sob administração internacional.
Só que essa divisão trazia mais problemas do que soluções. Isso porque os palestinos correspondiam a 70% da população da região e ficaram com 45,4% das terras. Já os judeus, que eram 30% da população, ficaram com 53,5% do território.
Mesmo com a rejeição dos árabes, a ONU decidiu manter a divisão. Os britânicos deixaram a Palestina e, em maio de 1948, foi fundado o Estado de Israel, que foi reconhecido pelo mundo ocidental.
Guerras, deslocamento e expansão israelense
Isso não foi bem aceito pelos países árabes vizinhos, que então decidiram invadir Israel. Só que as tropas israelenses venceram as guerras e expandiram ainda mais o território que havia sido estabelecido pela ONU, tomando parte do que seria o Estado Palestino e também Jerusalém. Por conta disso, cerca de 700 mil palestinos tiveram que fugir e deixar suas terras.
Nas décadas seguintes, novas guerras aconteceram, como a Guerra dos Seis Dias, além de intensas disputas na Faixa de Gaza.
Israel ficou com boa parte do território, enquanto os palestinos ficaram com áreas isoladas. Além disso, o Estado Palestino nunca foi plenamente reconhecido pela ONU, nem por alguns países ocidentais.
Ciclo de ataques e reivindicações territoriais
O resultado foi o aumento dos conflitos da Guerra Israel x Palestina no território palestino. Os palestinos atacam para tentar recuperar suas terras e a parte oriental de Jerusalém, enquanto Israel bombardeia cidades palestinas para seguir com maior controle da região. Os israelenses também reivindicam a soberania de toda a cidade de Jerusalém.
A origem do Hamas e o apoio inicial de Israel
E a história chega ao Hamas, que atacou Israel. O grupo surgiu nos anos 1980 com apoio do governo israelense.
Na ocasião, a Palestina tinha como principal liderança a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) — um grupo mais moderado, que buscava uma solução pacífica para o conflito Israel x Palestina.
Ao apoiar o Hamas, Israel viu seu opositor dividido internamente por duas visões conflitantes do futuro da região.
No entanto, o Hamas se fortaleceu e hoje é um dos principais grupos de enfrentamento a Israel. O grupo faz uma interpretação do Alcorão de que a região é sagrada para o Islã — o que também é válido para os judeus, segundo a Bíblia.
Um conflito religioso, territorial e geopolítico
Portanto, trata-se de uma disputa que se arrasta por décadas, que deve durar muito mais, enquanto não existir interesse real de diálogo e garantia de que todos que são da região possam viver nela, sejam judeus, muçulmanos ou de qualquer outra religião.
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