Quem foi Maria Firmina dos Reis

Primeira mulher a publicar um romance no Brasil, Maria Firmina dos Reis é um nome importante da nossa história. Sendo marcada também por ser uma grande abolicionista e educadora. Maria Firmina dos Reis nasceu em 11 de março de 1822, filha de um pai negro e uma mulher branca. Foi criada pela sua tia materna e, desde cedo, teve contato com a literatura.

Aos 25 anos, tornou-se professora de escola primária, passando em um concurso do Estado do Maranhão. Ela chegou também a ter uma escola gratuita para meninos e meninas na cidade de Massaricó, também no Maranhão.

Maria Firmina dos Reis e a literatura

Na parte literária, ficou famosa por publicar poesias, histórias, contos e até mesmo canções abolicionistas. Maria Firmina usou a literatura para denunciar os males da escravidão e muitas vezes expôs a contradição da fé cristã, que não se constrangia em lucrar ao explorar seres humanos.

Uma dessas obras foi “Úrsula”, publicada pela primeira vez em 1859, sendo o primeiro romance escrito por uma mulher e a primeira obra abolicionista do Brasil. Além de ser algo marcante de forma pessoal, abrindo um caminho tanto para as mulheres quanto para a luta abolicionista, o livro “Úrsula” é ainda mais marcante por dar protagonismo a personagens que são silenciados até os dias de hoje, como os negros.

Algo raro até atualmente no cinema, nas novelas e nos romances. Imagine naquela época, na metade do século XIX, dentro de uma sociedade escravista. Na obra, você verá a questão da escravidão pelo olhar do negro, mostrando tanto a exploração do trabalho como também o roubo da sua cultura, do seu nome, entre outras coisas.

Ao longo da vida, Maria Firmina produziu muitas outras obras, como, por exemplo, “A Escrava”, que foi publicada um ano antes da Lei Áurea e tinha um tom ainda mais crítico. Por mais que logo em seguida tenha ocorrido a abolição, as críticas de Maria Firmina acabaram não sendo muito bem aceitas em um ambiente dominado majoritariamente por brancos. Com isso, Maria Firmina dos Reis acabou morrendo em 11 de novembro de 1917, quase em meio ao esquecimento.

Seu nome, assim como suas obras, só foi recuperado anos depois da sua morte. Ainda assim, é muito pouco falado, considerando a importância que ela tem para a história da literatura brasileira.

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