Presidenta do Brasil entre janeiro de 2011 e abril de 2016, Dilma Rousseff é um personagem da história brasileira que é amado e odiado. Confira mais sobre a trajetória de Dilma Rousseff até aqui.
Ditadura Militar
Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte, em 1947, teve uma criação de classe média alta. Só que, aos 17 anos, ela viu se instalar no Brasil uma ditadura que perseguia toda e qualquer oposição ao regime, que proibia qualquer reivindicação trabalhista ou de qualquer outro direito.
Por isso, ela decide entrar na organização Política Operária (Polop), um grupo formado por estudantes, intelectuais e militares de baixa patente que organizavam manifestações contra a ditadura militar. Por conta de divergências entre os membros, o grupo foi se dividindo e dando origem a outros.
Dilma então foi para o Comando de Libertação Nacional, conhecido como Colina. E, ao contrário das fake news que surgiram, especialmente na época das eleições, ela não pegou em armas, muito menos participou de assaltos ou algo do tipo. A atuação de Dilma era na agitação das massas através dos movimentos estudantis e operários, um trabalho de conscientização da população.
Em janeiro de 1970, aos 22 anos, Dilma foi presa e sofreu sessões de pau de arara, choques, socos e palmatórias por 22 dias. Ela ficou presa até 1972 e, quando foi solta, se mudou para Porto Alegre. Lá, ela estudou economia e voltou para a política no período de redemocratização do Brasil, quando foi aprovado o pluripartidarismo.
Atuação política
Neste momento, Dilma participou da criação do PDT, filiando-se ao partido de Leonel Brizola e atuando como secretária de energia nos mandatos de Alceu Collares e de Olívio Dutra, no governo gaúcho. Em 2000, ela então decide trocar o PDT pelo PT e participou da campanha presidencial que levou Lula ao Planalto.
A trajetória de Dilma Rousseff passa por estar na equipe responsável por formular um plano de governo na área energética. Na ocasião, o Brasil sofria com a crise energética, tendo racionamento e apagão, uma bomba que tinha que ser corrigida no novo governo.
Dilma foi peça importante, sendo ministra de Minas e Energia no governo de Lula, além dela ter evitado um novo risco de apagão. Fez parte do projeto Luz para Todos, que levou energia elétrica para muitas famílias que não tinham isso em casa. Ao longo de 12 anos, o programa atingiu 16 milhões de pessoas. Ela ficou no cargo por dois anos até assumir como ministra da Casa Civil.
Dilma se destacou pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sendo chamada de ‘Mãe do PAC’, um programa com mais de 100 projetos de investimentos prioritários em rodovias, hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento e recursos hídricos. Durante esse período, Dilma enfrentou um câncer, mas se recuperou e foi escolhida pelo partido para disputar a presidência em 2010, sendo eleita no segundo turno.
Governo Dilma
No governo, Dilma teve muitos êxitos, como a valorização do salário mínimo e a expansão do acesso à internet nos domicílios. Também durante seu mandato, o Brasil deixou o mapa mundial da fome, e milhões de moradias foram entregues para a população de baixa renda através do programa Minha Casa Minha Vida. Além disso, o país teve 8 milhões de vagas no ensino técnico, expandiu o programa Mais Médicos e viu o desemprego atingir a menor taxa da história.
Apesar de muitos acertos, o governo de Dilma foi marcado por uma crise política, e as manifestações de 2013 abalaram sua popularidade. A crise se intensificou em 2015, com o PSDB contestando o resultado das eleições e pressionando o governo. Dilma teve que enfrentar pautas-bomba no Congresso e ataques políticos que levaram ao processo de impeachment em 2016, sem acusações diretas de corrupção.
Dilma resistiu ao processo, mas o impeachment foi aprovado. Em seu discurso de despedida, Dilma deixou claro que o golpe não era contra ela, mas contra a política de inclusão iniciada por Lula e continuada por ela.