Você já viu aqui no canal que o Vasco não foi o primeiro clube a ter um jogador de futebol negro. Porém, o time teve uma participação importante na luta contra o racismo no futebol, através da Resposta vascaína.
O Vasco surgiu depois de outros grandes do futebol carioca. O departamento de futebol do clube só foi criado em 1915. Isso o deixava em desvantagem no cenário do esporte, tendo que disputar inclusive a terceira divisão do Rio de Janeiro.
Neste processo, o clube contratou dois chamados “camisas negras”, ainda em 1920. Foi Arthur, do Hellenico Athletico Club, e Torterolli, do Carioca Football Club. Quando ainda disputavam as divisões inferiores. A equipe chegaria a elite do futebol carioca apenas em 1923, quando já seria campeão.
Liga Metropolitana contra o Vasco
No entanto, a Liga Metropolitana tinha como critério para excluir atletas aqueles que fossem analfabetos. Isso que acontecia no futebol carioca ocorria também em muitos outros setores da sociedade pós-abolição da escravidão que era uma forma de marginalizar mesmo os negros.
A Liga Metropolitana então cassou o registro dos jogadores do Vasco que eram analfabetos. Para reverter isso, o clube então contratou um bibliotecário para ensinar os jogadores a pelo menos conseguirem escrever os dados básicos e assinar a inscrição.
No entanto, em março de 1924, a maioria dos clubes cariocas rompeu com a Liga Metropolitana e criou a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos. O Vasco foi convidado a participar, mas teria que excluir 12 de seus jogadores, a maioria negros e pertencentes às camadas mais pobres.
Foi então que surgiu o documento que ficou conhecido como “Resposta Vascaína”. Na carta, a diretoria informava que não abriria mãos dos jogadores e o clube então não participou da liga em 1924, entrando apenas em 1925.
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