Você sabe quem foi Leolinda Daltro? Neste artigo você vai saber mais sobre a brasileira que dedicou sua vida a lutar pelos direitos das mulheres e a educar os indígenas.
Nascida na Bahia em 14 de junho de 1859, Leolinda Daltro passou boa parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde se tornou professora e ativista. Ela é mais conhecida por ter fundado o Partido Republicano Feminino em 1910. A organização buscava defender não só os direitos políticos das mulheres, mas também seus direitos de cidadania e trabalho.
O partido era composto exclusivamente por mulheres e, embora não pudesse receber votos nem participar formalmente de eleições. Seu foco era inserir a mulher no debate político e organizar manifestações e passeatas.
Leolinda não defendia apenas os direitos das mulheres. Ela também se dedicou à educação dos povos indígenas. Naquele período, os indígenas tinham apenas duas opções: serem dizimados ou catequizados. Leolinda Daltro apresentou uma terceira via: educá-los sem fins religiosos, para que mantivessem sua liberdade e continuassem praticando suas crenças e tradições. Ela passou quatro anos viajando pelo Centro-Oeste brasileiro, alfabetizando indígenas e defendendo sua autonomia.
Desigualdade de mulheres e pretos na política
Feitos de Leolinda
Além disso, Leolinda criou três jornais e escreveu dois livros para incentivar as mulheres a lutar por suas liberdades e direitos. Naquela época, as mulheres casadas quase não tinham direitos. Não podiam adquirir bens, participar da política, trabalhar e, muitas vezes, precisavam da autorização dos maridos para coisas básicas, como viajar.
Ela foi a primeira mulher a tentar se candidatar nas eleições municipais de 1919, mas teve seu registro negado e foi impedida de concorrer. Durante toda a sua vida, ela foi perseguida, atacada, e até mesmo apelidada de ‘mulher do diabo’.
Leolinda Daltro faleceu em 4 de maio de 1935, mas teve a satisfação de ver o direito de voto feminino conquistado em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. Embora pouco lembrada pela história oficial, Leolinda é homenageada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que concede anualmente o Prêmio Diploma Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro a dez mulheres.