E no Brasil, quando se fala que é de esquerda, uma parcela da população já se incomoda, seja porque é de direita ou porque afirma que não tem lado. Muito disso se deve aos mitos sobre a esquerda.
Só que a razão para uma certa resistência à esquerda no Brasil se deve a uma série de informações falsas sobre o que esta parte da política defende. Uns falam que a esquerda é contra família, outros contra religião, e nada disso é verdade. Entenda melhor essa história.
Fantasma do Comunismo
No Brasil, se criou um fantasma do comunismo, mesmo sem boa parte da população saber o que é de fato. Então, as pessoas estimuladas pela mídia, pelos empresários, têm um medo do comunismo e, automaticamente, vão passar a ser contrárias a tudo que for associado a ele.
Porém, a esquerda tem diversas correntes de pensamento, e você pode encontrar comunistas, por exemplo, que considerem o lulismo péssimo, mesmo esses dois estando na esquerda. Aliás, os principais partidos políticos de esquerda em termos de representatividade no Congresso — PT, PSB, PDT — estão muito distantes do comunismo. Então, basicamente, o ponto é que nem todo mundo da esquerda é comunista, e como esse também não deve ser visto como um fantasma, como tentam fazer.
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Cuba e Venezuela
A segunda questão: a esquerda quer transformar o Brasil em uma Cuba ou uma Venezuela? Quando se fala em esquerda no Brasil, logo vêm comparações com Cuba ou Venezuela. Primeiramente, o Brasil foi governado pela esquerda por 14 anos, e o país não esteve nem perto de ser igual a esses dois países.
Além disso, a comparação é totalmente ilógica, porque estamos falando de países com realidades totalmente diferentes das nossas. Sem entrar no mérito se a gestão lá é boa ou ruim, você não tem que atribuir unicamente o desempenho econômico ou democrático de um país ao fato de o governo ser de esquerda ou de direita.
Esquerda e religiões
Outro mito é que a esquerda odeia religiões. Definitivamente, não! Existem pessoas de esquerda que são católicas, evangélicas, umbandistas, enfim, de todas as religiões. A diferença é que, diferentemente da direita, a esquerda não usa da fé para conquistar o voto. Acreditar em Deus nunca evidencia se alguém é um bom governante, além de a esquerda defender a liberdade religiosa, que permite que você acredite e pregue o que quiser.
Família
A quarta questão: odeia a família? Essa é outra afirmação absurda. Na verdade, a esquerda é tão defensora da família que respeita sua diversidade. No Brasil, existem famílias formadas por uma mulher que cria sozinha, um homem que cria sozinho, duas mulheres juntas, dois homens juntos, e todas são famílias. Então, não há motivo para colocar uma única forma como aceitável.
Bens materiais
A quinta questão: ser hipócrita por possuir bens materiais. Vivemos em um mundo capitalista, e adquirir bens é algo que fomos preparados psicologicamente para considerar positivo. Não há hipocrisia em alguém de esquerda ter um iPhone, carro ou um apartamento. O objetivo é que todas as pessoas tenham acesso ao consumo, e isso é alcançado por meio de políticas públicas.
Defesa de bandido
A sexta questão: defende bandido? Não, a esquerda não defende bandido. O que a esquerda defende é que sejam criadas políticas públicas para garantir acesso à educação, ao trabalho e à renda, evitando que pessoas sejam empurradas para o crime.
Drogas
A sétima: todo mundo é maconheiro? Não. Aliás, o número de usuários de esquerda e de direita provavelmente é similar. A diferença é que a esquerda defende a descriminalização da maconha para enfraquecer o tráfico e reduzir a violência.
Propriedades
A oitava: a esquerda quer tomar sua casa? Não. A esquerda quer que todos tenham condições de ter uma casa e defende políticas de desapropriação de imóveis abandonados ou com dívidas, com indenização ao proprietário.
Bandeira vermelha
Nona questão: quer mudar a bandeira do Brasil para vermelho? Não. O uso do vermelho na esquerda é por questões históricas de luta do povo e não tem nada a ver com a bandeira nacional. Ser patriota é defender a diversidade e as riquezas do nosso povo.
Doutrinação
Décima: existe doutrinação da esquerda? Não. A prova disso é que, após 14 anos de governos de esquerda, tivemos um presidente de direita eleito.
