História do salário mínimo

O salário mínimo é fundamental para a vida das pessoas e para a economia dos países. Ele existe há mais de 100 anos e chegou ao Brasil com Getúlio Vargas. Neste episódio, você vai entender mais sobre essa política, que tem enfrentado congelamentos recentes no país.

Origem e Primeiras Implementações

O debate sobre o salário mínimo começou no final do século 19 na Austrália, onde os trabalhadores buscavam melhores condições de vida. Após seu sucesso, a ideia se espalhou e foi adotada na Inglaterra em 1909. Em 1917, o México foi o primeiro país a incluir um salário mínimo em sua constituição. No Brasil, essa luta começou após a Abolição, em 1888, com a chegada de imigrantes europeus que já estavam familiarizados com as ideias de sindicatos e greves.

Em 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder e criou o Ministério do Trabalho. A Constituição de 1934 incluiu a ideia do salário mínimo, mas ele só começou a funcionar em 1940, com valor suficiente para cobrir alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Em 1946, a Constituição ampliou esse conceito para atender às necessidades de toda a família.

Evolução e Ajustes

Convertido para a moeda atual, o salário mínimo de 1940 seria equivalente a aproximadamente R$ 1.212,00. Em 1943, foi ajustado, mas após o governo Vargas, o presidente Dutra congelou o valor. O próximo reajuste só veio em 1952, após nove anos. Em 1951, Getúlio Vargas retornou ao poder e aumentou significativamente o valor do salário mínimo.

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Período Militar e Repressão

Nos anos 1960, sob João Goulart, o salário mínimo teve um aumento de até 100%. No entanto, após o golpe de 1964, os militares implementaram um arrocho salarial, resultando em uma queda de 21,7% no poder de compra até 1967. Durante o chamado ‘milagre econômico’, o poder de compra do salário mínimo foi reduzido pela metade, de acordo com dados do Dieese.

Hiperinflação e Plano Real

Entre 1985 e 1994, a hiperinflação corroía o valor do salário mínimo. Somente com o Plano Real, em 1994, o salário mínimo teve um aumento substancial e o poder de compra começou a se recuperar. Fernando Henrique Cardoso aumentou o salário em 100%, para R$ 200,00, enquanto a inflação no período foi de 69,95%, gerando um aumento real de 17%.

Período de Crescimento sob Lula e Dilma

Lula introduziu uma política que vinculava o aumento do salário mínimo ao crescimento do PIB, elevando o valor de R$ 240,00 em 2003 para R$ 510,00 em 2010. Dilma seguiu essa política, levando o salário mínimo a R$ 880,00 em 2016, dobrando o poder de compra em relação a 1995.

Recentes Congelamentos

Com o governo Temer, os reajustes apenas acompanharam a inflação. Já no governo Bolsonaro, a política que atrelava o aumento do salário mínimo ao crescimento do país foi encerrada, resultando em um aumento que não compensa a alta de preços, reduzindo o poder de compra em comparação a 2014.

Impacto Econômico e Importância do Aumento Real

A falta de reajustes significativos reduz o consumo e afeta os investimentos no país. Cada real de aumento no salário mínimo traz 54 centavos de arrecadação ao governo. E, sem políticas para proteger autônomos e trabalhadores informais, cerca de 41% recebem menos que um salário mínimo por mês.

Reajuste acima da Inflação

Com a volta de Lula à Presidência, foi definida a volta da valorização do salário mínimo. A política atual determina que o pagamento deve ser reajustado de acordo com a inflação e o crescimento do PIB anual.

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