A Revolta do Juazeiro foi um conflito popular ocorrido em 1914 na cidade de Juazeiro do Norte, no sertão do Cariri, Ceará. A população já estava insatisfeita com as péssimas condições de vida, a miséria e a fome presentes na região. No entanto, o estopim veio com a ‘política das salvações’ implementada pelo então presidente, Marechal Hermes da Fonseca. Ele decidiu intervir nos estados e indicar governadores para combater as lideranças políticas locais e os famosos coronéis.
Um dos grandes líderes locais era o Padre Cícero, e isso transformou o conflito em uma espécie de ‘guerra santa’, com a população seguindo as crenças religiosas de que aquilo era o certo a se fazer. Floro Bartolomeu foi outro nome importante, liderando um batalhão de jagunços e romeiros em defesa de Padre Cícero.
Escalada do conflito
O conflito ferveu quando o interventor Franco Rabelo foi para Juazeiro do Norte para prender os seguidores do padre. Ao chegar lá, encontrou um enorme grupo de defensores do padre, conhecido como o ‘Círculo da Mãe de Deus’. Esse conflito durou sete dias e terminou com o fracasso das tropas do governo.
Floro Bartolomeu conseguiu arquitetar um pacto entre os coronéis, com o objetivo de fortalecer os políticos da região e impedir as intervenções promovidas pelo presidente. Após a vitória na defensiva, os revoltosos partiram em direção a Fortaleza para derrubar o interventor. O presidente Hermes da Fonseca convocou então novas eleições, que terminaram com a vitória de Benjamin Liberato Barroso, devolvendo o posto de vice-governador ao Padre Cícero.
O padre foi excomungado da Igreja Católica na década de 1920 devido ao seu envolvimento na revolta. No entanto, sua influência e fama como ‘homem santo’ permanecem fortes no Nordeste, especialmente em Juazeiro do Norte.