A Confederação do Equador foi uma revolta que ocorreu em Pernambuco em 1824. Tinha caráter separatista e aconteceu pouco tempo depois da Independência do Brasil. Veja agora as causas e os principais acontecimentos deste movimento.
Causas da Confederação do Equador
Para começar, foi uma união de políticos e revolucionários que tinham o objetivo de separar o Nordeste brasileiro. O nome da revolta se deve à proximidade da região com a linha do Equador. O movimento teve força em Pernambuco, mas também se espalhou para outras áreas do Nordeste, como Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Os motivos para essa revolta eram muitos, incluindo a crise econômica e social que causava enorme pobreza na população da região. Além disso, o governo não investia na região e ainda cobrava altos impostos das províncias.
A insatisfação também foi motivada pelo autoritarismo de Dom Pedro I, que fechou a Assembleia Constituinte e impôs uma constituição, desagradando os líderes políticos locais. As desigualdades sociais no Nordeste aumentaram a insatisfação, pois os pernambucanos já planejavam uma revolta contra os portugueses desde 1817.
Os conflitos
A região tinha um histórico de conflitos desde a Invasão Holandesa no século XVII, que se intensificou após a Independência, uma vez que Dom Pedro I queria manter o território brasileiro unido, evitando a fragmentação que ocorreu na América Espanhola.
Para isso, o imperador tomou medidas autoritárias, como elaborar a primeira constituição brasileira, concentrando mais poderes e escolhendo os líderes das províncias. A decisão de depor o então governador da província, Manuel Carvalho, acabou sendo o estopim para a revolta, ocorrendo em 2 de julho de 1824.
Neste momento, os revoltosos instalaram um governo em formato de república e aboliram a escravidão. Eles exigiam a convocação de uma assembleia para elaboração de uma nova constituição, a diminuição da influência do governo nas províncias, o fim da escravidão e a formação de um governo separado do Império.
Líderes e desfecho
Os principais nomes do movimento eram Frei Caneca e Cipriano Barata, que tinham o objetivo de promover reformas sociais mais amplas na Confederação do Equador.
No entanto, isso acabou enfraquecendo a revolta, pois alguns membros não tinham interesse nessas ações. Aproveitando-se dessa divisão interna, o governo organizou uma tropa para se dirigir ao Nordeste e conter a revolta. As forças imperiais conseguiram vencer os revoltosos em 29 de novembro de 1824.
Os principais líderes da Confederação do Equador foram presos, e Frei Caneca foi condenado à morte. Os carrascos responsáveis por sua execução por enforcamento se recusaram a cumprir o ato, o que fez com que a comissão militar determinasse seu fuzilamento.