O St Pauli conquistou o acesso para a primeira divisão do futebol alemão, a Bundesliga. Mas o que tem de diferente nessa história em relação a tantos clubes que sobem todos os anos na Europa? Está na atuação dos dirigentes e principalmente, dos torcedores do St. Pauli. Para quem não sabe, o ST Pauli é um clube de esquerda, progressista e que abraça todas as minorias.
Fundado em 1910, o St Pauli teve a primeira atuação política de fato no Período Nazista, quando se recusou a excluir atletas judeus. O clube depois acabou tendo que ceder para não ser fechado, mas levando uma bandeira de resistência ao partido nazista.
O posicionamento progressista e mais ligado à esquerda, passou a ocorrer mesmo nos ano 80. Os torcedores clube lideraram um movimento anti-fascista para excluir torcedores neofascistas de dentro da torcida. Desde então foi proibida qualquer aceitação de sócios que tivessem conexão com esses ideais da extrema-direita.
Ao mesmo tempo, a cidade de Hamburgo, na Alemanha vivia um momento de discussões sobre terrenos sem uso que eram ocupados por movimentos sem teto e de trabalhadores. Esses torcedores ganharam força exatamente nas arquibancadas do Millerntor.
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Clube abraça lutas sociais
Depois disso, os torcedores do ST Pauli passaram a abraçar toda e qualquer minoria que fosse atacada na Alemanha. Passaram a fazer campanhas contra o machismo, a homofobia, o racismo e a xenofobia.
Por diversas vezes os torcedores pressionaram contra contratos com empresas que tivessem postura contrária a esses movimentos. Ao mesmo que tempo que tentam barrar qualquer processo de elitização do clube. Um ponto histórico foi que entre 2002 e 2010 o St Pauli foi presidido por homem homossexual, o empresário Corny Littmann. Outro momento importante foi quando o clube apoiou um time de refugiados.
No estádio, além das bandeiras das caveiras, símbolo do clube, são vistas muitas bandeiras do movimento LGBTQIA+, antifascistas, do Che Guevara, além de mensagens contra qualquer tipo de preconceito.