Fundamentalismo religioso é um assunto cada vez mais importante e que vale ser discutido. Entenda como surgiu o termo e como ele se apresenta na sociedade hoje em dia.
A religião é algo presente em praticamente todas as sociedades. Trata-se de algo ligado à cultura de uma região e que tem sua importância psicológica e social para uma comunidade, que são incontestáveis. Aqui, não vamos discutir a atuação de cada grupo religioso, mas sim o aspecto geral. E o mais importante é que a liberdade de crença e o livre exercício de cultos religiosos estão protegidos pela Constituição Brasileira.
Histórico brasileiro com religiões
No entanto, nem sempre foi assim no Brasil. Na Constituição de 1824, por exemplo, o Brasil era considerado um país de religião católica, e a realização de cultos públicos de outras religiões era totalmente proibida. Somente na Constituição de 1891 houve a separação entre assuntos religiosos e do Estado, mas ainda assim isso não garantia a liberdade religiosa. Essa liberdade só foi totalmente assegurada a partir da Constituição de 1988. Portanto, todos no Brasil, pela lei, são livres para ter sua fé.
Quando a religião se transforma em fundamentalismo religioso, o termo “fundamentalismo” foi visto pela primeira vez em 1920. Na ocasião, um pastor americano da Igreja Batista se posicionou contra o movimento protestante liberal e afirmou que a fé cristã exigia acreditar em tudo o que estava escrito na Bíblia. Ele defendia que as forças evangelizadoras dos Estados Unidos deveriam não só proteger a fé como criar uma frente unida e ofensiva.
Alerta com fundamentalismo
No entanto, o fundamentalismo religioso só ligaria o alerta na sociedade em 1979, quando o Irã passou a ter um governo que seguia uma versão radical do islamismo, passando a exigir que mulheres usassem véus para cobrir o rosto, proibindo-as de ficar na mesma sala que homens, entre outras atitudes. Isso foi seguido por outros países que também seguem essa versão do islamismo, como o Afeganistão, que chegou a proibir mulheres de estudar.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, o fundamentalismo religioso não se resume ao islamismo. Nos Estados Unidos, havia uma mistura de ideologia eugenista com protestantismo puritano. Na Irlanda do Norte, um grupo paramilitar católico misturava discursos políticos com a doutrina católica.
Como atua o fundamentalismo religioso
O fundamentalismo religioso é quando a crença em uma religião ultrapassa seu limite individual e passa a ser uma tentativa de impor essa crença a toda uma sociedade. O fundamentalismo não se abre ao diálogo e milita em favor de suas crenças como uma verdade absoluta e indiscutível.
Ou seja, é quando uma pessoa ou um grupo quer que todas as decisões políticas e sociais, os costumes e comportamentos, sejam baseados exclusivamente no que eles acreditam através de sua religião.
Intolerância religiosa e o racismo andam juntos
Isso fere a liberdade de outra pessoa de viver conforme uma outra religião ou até mesmo sem religião. Embora a forma mais comum de aplicar o fundamentalismo seja através da violência, a intolerância religiosa também é vista na discriminação e segregação. Que podem ocorrer em atos individuais ou através de posições políticas e criação de leis, cenário que impede o convívio harmônico e retira a liberdade.
Portanto, é fundamental compreender e defender que a fé de cada um seja respeitada, e que ninguém deve impor sua crença a outra pessoa, muito menos a toda a sociedade.