A história é grande e complexa, passamos por muitas transformações e, por isso, muitas vezes algumas partes são contadas de formas romantizadas ou até mesmo simplificadas, o que acaba criando alguns mitos da história do Brasil.
Cores da Bandeira
O primeiro grande mito, que até já foi contado aqui no canal, é o de que as cores da bandeira são referentes a algumas características do país, como: o verde representaria as florestas, o amarelo o ouro, o azul o céu e o branco a paz. Só que a verdade é bem diferente.
O verde e o amarelo eram as cores das casas reais. O verde representava a Casa de Bragança, de Dom Pedro I, e o amarelo, a Casa de Habsburgo, da Imperatriz Dona Leopoldina. Já o azul foi apresentado posteriormente, como referência ao céu do Rio de Janeiro na noite da Proclamação da República.
Café com leite
A segunda história é a do famoso ‘café com leite’, que dá a ideia de que a política se deu através de um perfeito acordo entre fazendeiros paulistas e pecuaristas mineiros entre 1898 e 1930, com revezamento de poder entre os dois estados.
No entanto, das doze sucessões presidenciais ocorridas no período, apenas duas realmente seguiram esse rodízio. Além disso, a principal riqueza de Minas também era o café, portanto, seria mais adequado chamá-la de ‘República do Café’.
Grito da Independência
A terceira história é de que a independência do Brasil ocorreu apenas com um grito. Um outro grande mito é o de que Dom Pedro I, em 7 de setembro, deu início à independência do Brasil com um simples brado. Na verdade, o país teve que enfrentar batalhas até 1824 e ainda pagou a Portugal uma indenização de dois milhões de libras.
A Independência do Brasil que gerou a dívida externa
Lei Áurea
A quarta história é a de que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea por ser abolicionista. A história costuma apresentar Princesa Isabel como uma heroína pelo fim da escravidão. É possível até discutir se ela era abolicionista ou não, como alguns defendem, mas o fato é que a abolição ocorreu por pressão de movimentos abolicionistas.
A história, inclusive, tenta apagar negros importantes como Luiz Gama, André Rebouças e José do Patrocínio, que lutaram por este processo. Além disso, a Lei Áurea foi aprovada no parlamento brasileiro, e a função de Isabel foi apenas sancionar a lei, na ausência do Imperador Dom Pedro II.
Inconfidência Mineira
O último mito é de que a luta da Inconfidência Mineira era pela independência do Brasil. A criação do mito em torno de Tiradentes foi feita pelos militares na época da Proclamação da República, transformando a Inconfidência Mineira em uma luta pela independência do Brasil. Quando, na verdade, era apenas uma revolta contra os altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa.