Você conhece a história dos Lanceiros Negros, que foram traídos pela Revolução Farroupilha?
A Guerra dos Farrapos foi a revolução organizada no Rio Grande do Sul que buscou a separação em relação ao Brasil. Neste movimento, havia um grupo chamado de Lanceiros Negros.
Eram negros escravizados no Rio Grande do Sul que foram recrutados para a guerra com a promessa de que, no fim, em caso de sucesso, se tornariam livres.
Por conta disso, os imperiais decretaram, em 1838, a Lei da Chibata, que determinava que cada escravizado preso por fazer parte das forças rebeldes receberia de 200 a 1.000 chibatadas.
No entanto, nem isso afastou o interesse em participar da Revolução. Afinal, os farroupilhas não tinham interesse no fim do regime escravocrata — o que também não acontecia por parte do Império brasileiro. Logo, a única esperança de liberdade era servir à Revolução.
A traição dos farroupilhas
O que eles não esperavam era a traição dos farroupilhas nos capítulos finais da guerra. Isso porque, cientes de que perderiam, os líderes da revolta começaram a negociar um acordo com o Império. O governo de Dom Pedro II impôs algumas condições e, entre elas, estava a devolução dos escravizados capturados.
Isso gerava um certo constrangimento a alguns líderes dos Farrapos, pois alguns Lanceiros Negros haviam lutado por mais de 10 anos. Porém, a solução foi ainda mais indigna.
Foi arquitetado um plano em que os Lanceiros Negros seriam atacados de surpresa e desarmados na madrugada de 14 de novembro de 1844, o que resultou na morte de mais de 100 Lanceiros.
Existe ainda uma carta deste plano do Barão de Caxias para o General Canabarro. Há quem defenda que a carta seja falsa, criada para desmoralizar Canabarro. No entanto, a retirada das armas, o fato de os negros farrapos terem sido separados do resto da tropa, e o acordo de paz ter sido selado quatro meses depois do massacre — já sem esse obstáculo na negociação — indicam que foi, de fato, uma traição aos Lanceiros Negros.