Laudelina de Campos Melo e a Luta dos Trabalhadores Domésticos

Laudelina de Campos Melo é um nome importante que todos os brasileiros precisam conhecer. Sua história é marcada pela valorização da mulher da classe trabalhadora e pelo combate ao preconceito.

Laudelina de Campos Melo nasceu em 12 de outubro de 1904, em Poços de Caldas, Minas Gerais. Desde os 7 anos, já trabalhava como empregada doméstica. Com 18 anos, ao se mudar para São Paulo, começou a frequentar os primeiros movimentos populares, e em 1936 criou a primeira Associação Brasileira de Trabalhadores Domésticos. Essa associação acabou sendo fechada durante o Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, mas foi reaberta em 1946.

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Trabalhadores domésticos

Graças à sua atuação, a associação lutou pelo reconhecimento dos trabalhadores domésticos e por melhores condições de trabalho e salário. A organização de Laudelina foi fundamental para a criação de diversas outras associações por todo o Brasil. Ela também fundou a Frente Negra Brasileira, que chegou a reunir 30 mil pessoas com o objetivo de combater o racismo, especialmente durante uma época em que as campanhas eugênicas tratavam os negros como inferiores.

Laudelina trabalhou como empregada doméstica até 1954, quando, aos quase 50 anos, abriu sua primeira pensão. Mesmo assim, ela permaneceu envolvida nas associações de trabalhadores domésticos, principalmente em Campinas, onde morava. Seu principal objetivo nessa fase era alfabetizar os trabalhadores domésticos, pois acreditava que a alfabetização era fundamental para que esses trabalhadores compreendessem a legislação e pudessem lutar por seus direitos.

Novas leis

Durante a ditadura, Laudelina chegou a ser presa. Porém, sua atuação na década de 1970 foi essencial para que os empregados domésticos fossem finalmente reconhecidos como uma classe profissional e pudessem ter sua carteira assinada. Contudo, a legislação da época não tratava sobre FGTS, seguro-desemprego e nem obrigava a assinatura da carteira, algo que só foi ocorrer com a PEC das Domésticas, assinada em 2013, mas que Laudelina não chegou a ver, pois faleceu em 12 de maio de 1991.

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