Guerra do Contestado – Aula resumida de história

A Guerra do Contestado foi um conflito ocorrido entre 1912 e 1916, na fronteira entre Paraná e Santa Catarina, motivado pela disputa de territórios – daí o nome ‘Contestado’.

Causas do Conflito

O principal motivo da guerra foi a construção de uma estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul. A construção deixou milhares de pessoas em péssimas condições de vida, enquanto coronéis locais e a empresa norte-americana Brazil Railway Company lucravam com o projeto.

Para permitir a construção, o governo federal cedeu cerca de 15 mil hectares de terras na região limítrofe entre Paraná e Santa Catarina. No entanto, essas terras já eram ocupadas por camponeses que viviam da venda de erva-mate e madeira. Com a construção da ferrovia, essas pessoas foram expulsas de suas terras e perderam sua fonte de renda.

Além disso, a companhia levou cerca de oito mil trabalhadores para a construção da estrada. Porém, quando a obra foi concluída, nem a empresa nem o Estado deram suporte para que esses trabalhadores retornassem para suas regiões de origem, deixando-os desempregados na área, assim como os camponeses desalojados. Isso resultou em um empobrecimento massivo na região.

Confira como ocorreu a Revolta da armada

A Liderança de José Maria de Santo Agostinho

O líder do movimento foi José Maria de Santo Agostinho, um monge peregrino que pregava a humildade e a vida em comunidade. Sensibilizado pela situação da população, José Maria fundou a comunidade do ‘Quadrado Santo’, onde acolhia os oprimidos e promovia a agricultura e a criação de gado.

Esse modelo de vida comunitária ameaçou os interesses dos coronéis e desencadeou uma resposta agressiva das autoridades estaduais, que acusaram José Maria de ser um desordeiro e inimigo do governo.

Confrontos e Repressão

O governo federal, sob o comando do presidente militar Hermes da Fonseca, enviou tropas para dissolver a comunidade e expulsar os camponeses. Embora os seguidores de José Maria tenham vencido o primeiro confronto, o monge acabou morrendo em combate.

O conflito se arrastou por quatro anos, com o governo federal mobilizando mais de 90 mil soldados. Ao final, entre 10 mil e 15 mil pessoas perderam a vida, e cerca de 8 mil casas foram incendiadas.

Consequências e Acordo de Paz

Após a guerra, foi assinado um acordo que definiu os limites entre Paraná e Santa Catarina, dando origem às cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e Porto União. Esse conflito é mais um exemplo de como o governo brasileiro agiu para proteger os interesses de grandes proprietários, em detrimento da população mais vulnerável, que apenas buscava terra para se sustentar.

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