Como surgiu o Carnaval brasileiro que se tem hoje

O Carnaval brasileiro, da forma como se tem hoje, chega ao Brasil trazido pelos portugueses no século XVII através do Entrudo. O Entrudo era uma comemoração suja, violenta, mas ao mesmo tempo alegre, que envolvia jogar água, farinha, barro e fuligem nas pessoas pelas ruas.

Em alguns casos, até mesmo lixo e urina eram usados. Com o passar do tempo, as coisas mais pesadas foram saindo da brincadeira, e entraram as laranjinhas de cheiro e borrifadores com água perfumada.

Surge o Zé Pereira

Já nos meados do século XIX, surge no Rio de Janeiro o “Zé Pereira”, uma brincadeira trazida pelo sapateiro português José Nogueira de Azevedo Paredes. Ele reuniu diversos amigos e decidiu sair às ruas ao som de bombos e tambores. A brincadeira fez sucesso e, no ano seguinte, outras pessoas repetiram a ideia por ser de baixo custo.

O “Zé Pereira” era o Carnaval dos pobres da época. Quanto ao nome, não há uma versão oficial, mas historiadores acreditam que participantes empolgados pelo vinho confundiam “Zé Nogueira”, o nome de quem trouxe a ideia, com “Zé Pereira”, como ficou conhecida a brincadeira.

Os bailes

Outro movimento que trouxe um pouco do Carnaval que temos hoje aconteceu também no século XIX, quando os bailes carnavalescos e clubes passaram a sair às ruas em cortejo, formando cordões, ranchos, blocos e escolas de samba.

A primeira sociedade do Rio de Janeiro a fazer esse movimento foi o “Congresso das Sumidades Carnavalescas”, que saiu em passeata pela cidade em 1855 e do qual faziam parte escritores como José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida. Em seguida, diversas sociedades foram criadas, agitando e alegrando o Carnaval.

Primeiramente, fez sucesso o cordão, que era um grupo de mascarados nas ruas conduzidos por um mestre que cantavam marchas lentas ritmadas, sendo acompanhados por um conjunto instrumental de percussão. Em 1911, esses cordões começaram a desaparecer, embora em 1918 ainda tenha sido fundado o “Cordão da Bola Preta”, que é um sucesso até hoje.

Os blocos

Nesta época as ruas passaram a ser tomadas pelos ranchos. Principalmente nessas festas, as pessoas faziam uma dança dramática e tinham um conjunto de cordas, violões, cavaquinhos, sopros, flautas e clarinetas. Havia ainda um coro que cantava marchas do rancho.

Os blocos carnavalescos passaram a fazer sucesso também, com diferentes fantasias, instrumentos e formatos. Logo em seguida, outro grupo que passou a integrar o Carnaval foi a escola de samba, que surge no começo do século XX no Largo do Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

Usavam fantasias de baianas, pijamas listrados, camisas de malandro e chapéus de palha. Nos anos seguintes, passaram a se organizar, cada uma com um enredo, fantasias e alegorias.

História Das Escolas De Samba Do Rio De Janeiro

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