No Brasil República, os militares sempre estiveram no poder, ou ao menos rondando, em quase todas as vezes com atitudes golpistas. Foram poucos momentos que a República teve alguma estabilidade sem essas constantes ameaças ou interferências. Confira neste episódio sete momentos do envolvimento de militares na política.
A Proclamação da República: O Início da Ligação com os Militares
A ligação entre República e militares começa logo na origem. A Proclamação da República, ou o Golpe da República, como preferirem, ocorre por causa dos militares. Embora tenha ocorrido em 1889, começou a ser construída em 1870, quando termina a Guerra do Paraguai. Na ocasião, os militares que participaram da guerra queriam tratamento melhor por parte de Dom Pedro II. Como isso não ocorreu, a insatisfação dos militares com a monarquia foi crescendo, porém, o entendimento da maioria era que deveria se esperar até a morte de Dom Pedro II.
O processo acabou sendo antecipado com a abolição da escravatura, que fez com que a elite econômica brasileira começasse a se mobilizar contra a monarquia e visse na insatisfação dos militares um caminho para alcançar seus objetivos. Historicamente, as atitudes dos militares em busca do poder no Brasil estão quase sempre alinhadas aos interesses da elite econômica, com raras exceções.
Floriano Peixoto e a Consolidação do Poder Militar
Na sequência da Proclamação da República, Floriano Peixoto, vice de Deodoro, assumiu a presidência em 1891, também com apoio militar, e garantiu seu governo com forte presença militar. Este foi um dos primeiros exemplos da consolidação do poder militar na estrutura republicana brasileira.
O Tenentismo: Uma Exceção ao Lado do Povo
Outro momento marcante foi o Tenentismo, na década de 1920. Este movimento, liderado por jovens tenentes e capitães militares, talvez tenha sido o único momento em que os militares se posicionaram mais ao lado do povo do que da elite econômica. Os tenentes defendiam uma profunda reforma política e uma reestruturação do ensino público, algo que marcou uma ruptura temporária com a postura habitual dos militares.
Revolução de 1930 e o Estado Novo
Em 1930, ocorre o terceiro grande movimento militar na República, levando à Revolução de 1930, que deu início ao governo de Getúlio Vargas com apoio de oficiais militares. Em 1937, Vargas ainda contou com apoio militar para perpetuar seu poder através do golpe do Estado Novo, baseado no falso Plano Cohen, que alegava um plano comunista para tomar o poder.
Contra-Golpe de 1955
Outro grande envolvimento dos militares ocorreu em 1955, quando o General Lott liderou o “contra-golpe” para garantir a posse de Juscelino Kubitschek, assegurando a continuidade democrática em um momento de instabilidade política.
Golpe Militar de 1964 e a Ditadura
Em 1964, o golpe militar removeu o presidente João Goulart do poder, instaurando uma ditadura militar que durou 21 anos. Esse período foi caracterizado por perseguições políticas, censura e graves violações dos direitos humanos, consolidando o controle dos militares até 1985.
A Influência Militar Recente
Atualmente, observa-se uma nova fase de influência militar, especialmente durante o governo Bolsonaro, que envolveu um aumento significativo de militares em cargos civis e uma forte presença em setores estratégicos do governo federal. Essa fase reacende o debate sobre o papel das Forças Armadas na política brasileira.
Saiba Mais Sobre o Papel dos Militares na República
Para explorar mais sobre o impacto dos militares na história do Brasil, confira nosso artigo completo sobre A Influência Militar na República Brasileira.
Além disso, visite o site do Arquivo Nacional para acessar documentos históricos e estudos sobre os momentos chaves da intervenção militar no Brasil.
