Em 28 de julho de 1938, Lampião e Maria Bonita foram assassinados. Amados por alguns e odiados por outros, aqui vamos contar a história desses dois personagens.
Não se sabe ao certo o ano de nascimento de Lampião, mas foi entre 1898 e 1900, em Serra Talhada. Seu nome era Virgulino Ferreira da Silva. Ele ganhou o apelido de Lampião porque seu fuzil estava sempre disparando, como uma lâmpada acesa. Ele entrou para o cangaço após ver seu pai ser assassinado em uma disputa entre famílias, por volta dos 16 anos. Ele então resolveu vingar a morte do pai, entrando para um bando em 1922, do qual se tornou líder.
A atuação de Lampião
Lampião enfrentava coronéis na região e eliminava aqueles que cruzavam seu caminho ou desafiavam seu poder. No Nordeste, de extrema pobreza, seca e falta de comida, o cangaço surge como um movimento de banditismo social, onde rebeldes e pistoleiros se revoltavam contra a fome e a miséria. Lampião e seu bando invadiam e saqueavam fazendas, e o dinheiro que obtinham era frequentemente distribuído para as pessoas mais pobres, o que reforçou sua imagem de herói para muitos.
Além disso, Lampião seguia os conselhos de Padre Cícero, uma figura política e religiosa influente na região. No entanto, também era visto como um vilão, conhecido por roubar, assassinar fazendeiros e mutilar aqueles que cruzavam seu caminho. Já no final da década de 1920, com o surgimento da Coluna Prestes, o governo chegou a se aliar a Lampião para combater o movimento, fornecendo-lhe armas. Porém, Lampião percebeu que o governo não perdoaria seus crimes, e ele continuou a saquear as fazendas, agora com armamento ainda melhor.
Foi nesse período que ele conheceu Maria Bonita, que se juntou ao cangaço e trouxe outras mulheres para o bando. Eles percorreram sete estados do Nordeste até serem emboscados em 28 de julho de 1938, após uma traição que revelou sua localização. O tenente João Bezerra e seus homens cercaram o grupo e mataram Lampião, Maria Bonita e outros sete cangaceiros.
Após o assassinato, as cabeças de Lampião e Maria Bonita foram expostas em Maceió e Salvador. A família de Lampião só conseguiu enterrar sua cabeça em 1969, quando foi devolvida para um enterro cristão.