Os desfiles de escola de samba são tradicionais no Rio de Janeiro, mas nem sempre ocorreram no Sambódromo atual. Em um outro episódio, já foi mencionada essa evolução, e agora você vai saber sobre a construção da Marquês de Sapucaí.
Debate sobre o local
Desde a década de 1940, já se discutia a necessidade de um palco fixo para os desfiles das escolas de samba, que ainda ocorriam na Avenida Rio Branco. No entanto, foi na década de 1980 que os debates começaram a ficar mais frequentes devido aos transtornos de montar e desmontar arquibancadas móveis todos os anos.
Inicialmente, chegou-se a cogitar a construção do Sambódromo na Barra da Tijuca, por ter mais terrenos disponíveis, uma ideia defendida pelo prefeito Júlio Coutinho. Porém, o presidente da Riotur, João Roberto Kelly, descartou essa ideia afirmando que o centro da cidade era o local mais acessível.
Projeto do sambódromo
Em 11 de setembro de 1983, o governador Leonel Brizola finalmente apresentou o projeto do Sambódromo na Marquês de Sapucaí, e as obras começaram. Houve resistência por parte das associações de moradores dos bairros Catumbi e Estácio de Sá, pois a construção do Sambódromo impediria a revitalização dos bairros.
Além disso, 300 famílias tiveram suas casas desapropriadas para a obra. Brizola intercedeu e prometeu destinar 5% da renda obtida nos desfiles para a construção de moradias através de uma cooperativa habitacional no Catumbi.
História das marchinhas de Carnaval
Houve também polêmicas com as escolas de samba, pois o secretário de cultura Assis Ribeiro desejava que a Praça da Apoteose, no final da avenida, fosse o ponto alto do desfile, o que exigiria uma mudança na disposição dos pilares das escolas.
Isso foi uma tentativa de justificar a venda de ingressos para as arquibancadas no local, mas a ideia acabou sendo recusada. A avenida foi então batizada de Passarela do Samba, mas o nome não caiu no gosto popular, e acabou sendo conhecido como Sambódromo.
As obras levaram cerca de 120 dias, e o Sambódromo foi inaugurado no Carnaval de 1984.