Confira dados históricos do surgimento das vacinas. Saiba também como chegaram no Brasil e números envolvendo diferentes doenças.
A primeira vacina foi criada no final do século XVIII por Edward Jenner, que percebeu que pessoas expostas à varíola bovina não contraíam a forma mais grave da varíola humana. Em 1796, ele desenvolveu a vacina a partir do vírus da varíola bovina, dando origem ao termo ‘vacina’.
Vacina no Brasil
A vacina chegou ao Brasil em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena, mas só em 1820 foi adotado o primeiro mapa anual de vacinação. A vacinação se popularizou mesmo em 1904, quando Oswaldo Cruz implementou a vacinação obrigatória, o que causou a Revolta da Vacina. Décadas depois, vimos a redução de doenças como poliomielite, que teve seu último caso registrado no Brasil em 1989.
Na década de 1970, eram comuns doenças como poliomielite, difteria, e meningite, que matavam cerca de 5.500 crianças por ano no Brasil. Hoje, são menos de 50 óbitos anuais graças à vacinação. Em 1930, doenças infecciosas e parasitárias representavam mais de 45% das mortes no Brasil; hoje, são apenas 4,3%. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é um dos países que mais oferece vacinas, com mais de 300 milhões de doses gratuitas e 26 tipos de vacinas disponíveis.
Campanhas antivacinas
No entanto, o movimento antivacina cresceu nas últimas décadas. Isso se deu em parte por um artigo falso publicado em 1998, que alegava haver uma relação entre vacinas e autismo. Embora tenha sido desmentido e o autor processado, o estrago já estava feito, alimentando a desconfiança em relação às vacinas. Recentemente, essa desconfiança fez com que doenças como o sarampo voltassem a aparecer em vários países, inclusive no Brasil, onde foram registrados mais de 10 mil casos em 2018.
Muitos críticos alegam que a vacinação fere a liberdade individual, mas viver em sociedade implica seguir regras, como pagar impostos. Não vacinar o seu filho coloca em risco não só ele, mas outras crianças também. Uma pesquisa de 2014 mostra que, enquanto 81,4% da população era a favor das vacinas, entre os mais ricos essa taxa era de 76,3%, indicando a adesão de alguns grupos da elite ao movimento antivacina.
As vacinas passam por rigorosos processos de teste, que podem levar de 10 a 15 anos antes de serem aprovadas. E ainda assim, os efeitos colaterais são raros e geralmente leves. Portanto, vacinar é essencial para a saúde coletiva.