Quem não pode com mandinga não carrega patuá. Você já ouviu essa expressão? A origem é bem curiosa e vale conhecer.
A expressão surgiu ainda no tempo da Escravidão. Na época, diversos grupos étnicos foram trazidos para cá. Cada um com a sua cultura e também religião.
No caso dos Mandingas, eram grupos de africanos do norte, que pela proximidade com os árabes, eram Muçulmanos. Portanto, se recusavam a se relacionar com quem não aceitasse Alá como Deus. Não aceitavam os negros que praticavam culto aos Orixás.
E como os Mandingas sabiam ler e escrever em árabe, os senhores brancos os enxergavam como superiores aos outros negros. Essa crença também fazia com que pensassem que eles eram feiticeiros. Até por isso mandinga virou sinônimo de feitiço.
E por conta disso, os senhores brancos permitiam que permitiam que eles usassem trechos do Alcorão guardados em pequenos invólucros de pele de animais pendurados ao pescoço.
Além disso, estimulavam a rivalidade entre os grupos e colocavam os mandingas em funções superiores, como os de capturar os escravizados que fugiam.
E esses escravizados ao fugirem da senzala, usavam o cabelo encarapinhado e pendurava ao
pescoço um patuá, para se parecer com o do negro Mandinga e assim não ser perseguido.
No entanto, quando um verdadeiro mandinga o encontrava, falava com ele em árabe. Como esse não sabia responder era descoberto. Dá a expressão “quem não pode com mandinga não carrega patuá”.
Com o tempo, o uso de patuá se tornou hábito entre os negros, generalizando em diferentes grupos, com a crença de gerar proteção.
História do Candomblé no Brasil