que foi a Revolução Cubana? Como era Cuba antes, o que causou a revolução e como ficou depois você vai ver tudo aqui.
Primeiramente é preciso lembrar que Cuba era uma colônia espanhola, assim como muitos outros países da América.
O que muda é que ao se livrar dos espanhóis, Cuba passou a ter uma grande influência dos Estados Unidos. Isso porque os norte-americanos tiveram participação na Guerra da Independência Cubana em 1898.
Desta forma, Cuba não conquistou a Independência como se esperava e na verdade se tornou uma espécie de protetorado dos Estados Unidos. Isso ocorreu devido a Emenda Platt, da Constituição Cubana de 1901, que permitia aos Estados Unidos intervir em Cuba.
Mas o problema se agrava na década de 50. Em 1952, o militar Fulgêncio Batista se candidatou a Presidente. Ele já havia sido Presidente entre 1940 e 1944.
Porém, dessa vez aparecia no máximo em terceiro nas pesquisas.Insatisfeito com isso, ele organizou um golpe de Estado dois meses antes da eleição. Esse golpe foi apoiado pelos Estados Unidos.
As causas da Revolução Cubana
Além do apoio norte-americano, Fulgêncio Batista alinhou-se aos grandes latifundiários de Cuba, que possuíam as maiores plantações de açúcar.
E durante seu governo, a ilha passou a ver um grande abismo social. Com os grandes latifundiários faturando cada vez mais e muitos cubanos viviam na miséria. Faltava emprego, comida e perspectiva. No campo, 70% das crianças não freqüentavam a escola.
Paralelo a isso, Cuba era dominada pela máfia norte-americana, que tinha grande influência no país sobre a distribuição de drogas, jogos de azar e prostituição. Cenário que gerou a revolta popular.
Primeiro ataque da Revolução Cubana
A primeira ação da Revolução Cubana foi o ataque ao Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em 26 de julho de 1953. Fidel e outros 165 guerrilheiros tentavam depor o ditador Fulgência Batista, mas falharam. Muitos guerrilheiros foram mortos, enquanto Fidel e Raúl Castro foram condenados a 15 e 13 anos de prisão, respectivamente.
Em busca de apoio popular, Batista cedeu às pressões e anistiou os opositores presos em 1955, que se exilaram no México. Lá conheceram Che Guevara e receberam treinamentos para o segundo capítulo da missão.
Em 25 de novembro de 1956, 81 homens, incluindo Castro e Che Guevara chegaram a Cuba. As forças militares de Batista tentou conter os guerrilheiros e matou a maioria. Cerca de apenas 20 conseguiram se refugiar na Sierra Maestra.
Na região, o grupo começou a se fortalecer e organizar ataques a guarnições militares. E devido a insatisfação com os danos às propriedades americanas em solo cubano, o Governo norte-americano decidiu impôr um embargo ao fornecimento de armas ao governo de Fulgência Batista.
Com menor poder de fogo, Batista tentou uma ofensiva a Sierra Maestra e fracassou. Ao mesmo tempo que marcou eleições em 1958, mas intervindo para o que candidato dele fosse vitorioso.
Os dois fatos agitou ainda mais os guerrilheiros, que conquistaram a cidade de Santa Clara em 31 de dezembro de 1958. Percebendo que a situação era irreversível, Fulgência Batista fugiu para a República Dominicana no dia seguinte.
As mulheres na Revolução
Um capítulo importante da história da Revolução Cubana foi a participação feminina. Apesar do machismo de alguns membros, Fidel Castro entendia que o exército revolucionário não poderia repetir a mesma lógica dos exércitos capitalistas.
Com isso, no exército da revolução havia o pelotão Mariana Grajales. Um grupo de treze mulheres na faixa dos 17 anos participava do movimento.
Um dado curioso é que para definir quem seria a chefe do grupo, Fidel organizou uma prova de tiro. Quem acertasse a moeda à uma distância de 50 metros seria a escolhida, que foi Isabel Rielo.
Já o nome do pelotão, de Mariana Grajales foi escolhido por ter sido uma mulher combatente, que por dez anos cuidou dos feridos, subiu montanhas e cruzou rios na luta da Independência Cubana.
Desdobramentos da Revolução
Após a fuga de Batista, os revolucionários chegaram ao poder e começaram a implementar medidas que buscavam combater a desigualdade no país.
Entre as medidas, estatizaram empresas instaladas no país e fizeram a Reforma Agrária Na ocasião, 57% das terras do país estavam nas mãos de apenas 3% dos proprietários.
Com a reforma, o limite de terras passou a ser de equivalentes a 400 hectares. E 100 mil cubanos foram beneficiados recebendo suas terras.
Embargo econômico
As medidas causaram revolta nos Estados Unidos, com empresas que foram estatizadas e territórios de norte-americanos que foram alvos da Reforma Agrária.
Com isso, os norte-americanos promoveram o embargo econômico a Cuba. A primeira medida, ainda em 1959, foi interromper a compra de açúcar de Cuba, que era o principal comércio da ilha caribenha.
Isso serviu para aproximar Cuba ainda mais da União Soviética. Até então, Fidel e outros guerrilheiros ainda evitavam se apresentar como um governo socialista.
A partir dos anos 60, Cuba passou a receber apoio da União Soviética e confiscou refinarias das grandes petroleiras instaladas em Cuba.
Os norte-americanos então ampliaram o embargo e também planejaram golpes ao Governo de Fidel. Entre diversas tentativas estava o episódio da Baía dos Porcos, quando Forças armadas tentaram tomar o poder, mas fracassaram.
A crise dos mísseis
A tentativa de invasão norte-americana a Cuba em 1961 na Baía dos Porcos gerou um dos episódios mais tensos da Guerra Fria.
Isso porque ao perceber que os Estados Unidos tentariam derrubar o governo a qualquer custo, Fidel Castro estreitou ainda mais os laços com a União Soviética.
Os soviéticos então elaboraram um projeto de instalação de mísseis de médio alcance na Ilha. Portanto, ficando muito próximo dos Estados Unidos.
Foi o momento de maior crise e que deixou o Mundo mais próximo de um confronto nuclear. Principalmente quando um avião norte-americano com objetivo de fotografar as armas soviéticas foi interceptada em espaço aéreo cubano.
Porém, nada foi adiante, e a negociação ocorreu de forma diplomática. A União Soviética aceitou retirar os mísseis da Ilha com a garantia de que Cuba não seria invadida e que os Estados Unidos retirassem os mísseis instalados na Turquia.
Reflexo da Revolução Cubana na América Latina
A Revolução Cubana deixou os Estados Unidos em alerta. O fato de ter um aliado na União Soviética praticamente no seu quintal fez com que o país se antecipasse a qualquer outra investida comunista na região.
Com isso, os Estados Unidos passaram a financiar e apoiar militarmente diversos golpes alinhados aos norte-americanos. Foi assim que surgiram as Ditaduras no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai entre outros.