História do Zé do Caroço

Mesmo quem não gosta de samba, muito possivelmente já ouviu a música Zé do Caroço. A voz deste som pode variar de geração para geração, pois foram dezenas de regravações. Porém, a caneta responsável por esta obra é de Leci Brandão.

A sambista produziu a música em 1978 e tratava de uma história real. Isso porque existiu realmente o Zé do Caroço, do Morro do Pau da Bandeira, de uma Vila Isabel verdadeira.

Quem era Zé do Caroço? 

Zé do Caroço na verdade era José Mendes, um comunicador que instalou um serviço de alto falante na laje de casa. Seu apelido se deu por ser portador de gota, que fazia com suas articulações tivessem aparência de caroços. Inclusive foi a doença que fez com que o até então militar fosse aposentador.

Através do alto falante, Mendes falava sobre diversos assuntos de interesse da comunidade local. Desde falar sobre o preço da feira até informações de mobilização pela melhora da favela. 

E apesar de usar o serviço durante todo o dia, Zé do Caroço tinha preferência pelo horário da novela das 8, afinal, É na hora que a televisão brasileira, distrai toda gente com a sua novela

Porém, o horário que Zé do Caroço escolhia para botar a boca do mundo não agradava uma mulher casada com militar. Incomodada com o som, ela denunciou Mendes e como o país vivia em plena Ditadura Militar, o serviço foi proibido. 

Criação da música

No entanto, surgiu uma grande mobilização em torno de Zé do Caroço e isso chegou também até Leci Brandão. Ela fez a música em 1978, que não foi aceita pela gravadora. Leci então passou a adotar a música nas rodas de samba e graças ao sucesso conseguiu lançar no disco de 1985, quando ela também já havia trocado de gravadora. 

Na música, ela fazia questão de destacar a importância de estar nascendo um novo líder e lamentava que na época não havia um no morro dela, na Mangueira. 

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