História de Maria Quitéria de Jesus

O Brasil tem muitas heroínas e uma delas é Maria Quitéria de Jesus. A primeira mulher a fazer parte das forças Armadas Brasileiras e que teve atuação importante na luta pela Independência.

Maria Quitéria de Jesus nasceu em 27 de julho de 1792. Cresceu em uma fazenda na freguesia de São José de Itapororocas, que hoje é a cidade de Feira de Santana, na Bahia.

Com 10 anos, perdeu a mãe e passou a ser responsável por cuidar das irmãs. Apesar de não ter formação escolar, afinal, o direito das mulheres ao acesso além do ensino fundamental só passou a existir em 1827, Maria Quitéria tinha experiência com caça, pesca e até no manejo de armas. 

Desde muito nova, já contrariava os padrões da sociedade, demonstrando independência e um comportamento diferente do que era exigido para as moças da época. 

Luta na Independência

Só que sua vida muda e a faz entrar para a história do país em 1822. Neste ano, o Brasil vivia a tensão da Independência, iniciando com o dia do Fico e tendo o ápice com o grito do Ipiranga. 

Só que entre esses dois momentos e especialmente depois da Independência ser decretada, tropas lusitanas chegaram e atacaram diversas regiões, especialmente a Bahia, para evitar a separação de Brasil e Portugal.

Com isso, ainda naquele ano, o Conselho Interino do Governo da Bahia passou a recrutar voluntários para lutar pela Independência.

As tropas brasileiras que, no interior baiano, combatiam os portugueses encontravam muitas dificuldades, especialmente de organização. Maria Quitéria, que completava exatos 30 anos em 1822, pediu ao pai permissão para se alistar, o que foi negado. 

Maria Quitéria então cortou os cabelos, pegou o uniforme do cunhado e se apresentou como homem ao Exército, se chamando Soldado Medeiros.

Ela se juntou ao batalhão “Voluntários do Príncipe Dom Pedro” e sua atuação foi tão impactante, que mesmo após o pai ter revelado que era uma mulher, o major não permitiu que Maria Quitéria fosse desligada do Exército.

Já reconhecida, Quitéria trocou o uniforme masculino por uma vestimenta com saias. Sua presença estimulou que outras mulheres passassem a se juntar as trocas, formando um grupo que seria comandada pela própria Maria Quitéria. 

Maria Felipa, uma heroína da Independência

Atuações de Maria Quitéria

Em pelo menos três momentos, ela teve uma atuação de grande importância. O primeiro foi na Estrada da Pituba, em que teve seu batismo de fogo em 1822, quando os portugueses tentaram furar o cerco das tropas brasileiras. 

Em fevereiro de 1823, lutou em Itapuã, quando chegou a invadir uma trincheira inimiga para capturar prisioneiros. 

Outro capítulo importante foi na batalha na Foz do Rio Paraguaçu, evitando o desembarque de soldados portugueses.

As tropas portuguesas foram finalmente derrotadas em julho de 1823 e Maria Quitéria foi promovida a Cadete e foi reconhecida como uma heroína da Independência, recebendo inclusive o título de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.

Após o fim da guerra, saiu da carreira militar e retornou à região onde morava. Morreu no anonimato em 21 de agosto de 1853, mas seu nome em seguida não saiu mais da a história do país.

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