A História de José do Patrocínio

José do Patrocínio nasceu em Campos dos Goytacazes, em 9 de outubro de 1853, e foi um dos que dedicou sua vida inteira a combater a escravidão no Brasil. Embora não tenha sido oficialmente reconhecido como filho do padre João Carlos Monteiro, ele viveu livre na fazenda onde sua mãe era escrava, no Espírito Santo. Lá, ele pôde ver de perto a exploração e as condições de vida dos demais escravos. Revoltado com essa situação, decidiu sair da fazenda aos 14 anos e foi trabalhar como servente de pedreiro no Rio de Janeiro. Ele juntou dinheiro e começou a estudar.

Durante seus estudos, José do Patrocínio criou um jornal estudantil e começou a se interessar pela área de jornalismo, ao perceber a possibilidade de escrever contra a escravidão. Ele se tornou cada vez mais conhecido e fundou o jornal ‘Os Ferrões’, uma publicação satírica e polêmica para o período. Mais tarde, comprou o jornal ‘Gazeta da Tarde’ e passou a escrever ainda mais textos a favor da abolição e atacando a política escravocrata.

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Atuação de José do Patrocínio

No entanto, sua atuação não se limitava à escrita. Ele também organizava diversas conferências públicas, ajudava nas fugas de escravos e formava grupos abolicionistas, junto com outras figuras famosas como Joaquim Nabuco. Através dessas organizações, ele planejava eventos que arrecadavam fundos tanto para comprar a liberdade de escravos como para ajudá-los a fugirem e manter os quilombos firmes.

Quando a Lei Áurea foi assinada, José do Patrocínio se tornou um fiel seguidor da Princesa Isabel. Chegando a ser chamado de ‘Isabelista’, pois acreditava que ela era a principal responsável pela abolição dos escravos. Ele passou a defender o ‘Terceiro Reinado’, com a Princesa Isabel substituindo Dom Pedro II. Sua lealdade à princesa era tão forte que ele foi acusado de criar uma ‘Guarda Negra’, composta por escravos libertos, que atacava movimentos republicanos.

No entanto, seu posicionamento gerou divergências. Muitos abolicionistas começaram a se afastar de José do Patrocínio, pois os escravos recém-libertos continuavam vivendo em condições de miséria, sem propostas de reintegração à sociedade. Quem também não gostou de suas ações foram os republicanos, especialmente após a proclamação da República, quando a monarquia foi extinta no Brasil.

O marechal Floriano Peixoto, presidente do Brasil, acabou exilando José do Patrocínio para o Amazonas e fechou seu jornal. Patrocínio voltou ao Rio de Janeiro em 1893, mas devido ao seu posicionamento contrário aos republicanos, ele viveu em uma situação financeira cada vez mais precária e morreu em 29 de janeiro de 1905.

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