O escritor, jornalista e diplomata Joaquim Nabuco foi um dos nomes mais importantes do processo de abolição no Brasil. Embora ele tenha vindo de uma família que possuía escravos e tivesse proximidade com a monarquia, ele foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e é o tema do vídeo de hoje.
Joaquim Nabuco nasceu em 19 de agosto de 1849. Filho de um senador do Partido Liberal, ele conviveu desde cedo com escravos em sua casa. Aos 20 anos, enquanto cursava Direito, ele assumiu um caso para defender um negro acusado de assassinato, e foi a partir daí que começou a se envolver com a causa abolicionista. Ele passou a escrever artigos para diversos jornais e decidiu entrar para a política, levando como principal bandeira a abolição total dos escravos, sem indenização aos donos de escravos.
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Debate abolicionista
Na época, não se discutia se os escravizados mereciam indenização pelos anos de trabalho forçado, mas sim se os donos de escravos deveriam receber uma compensação financeira pela perda da mão de obra. Para fortalecer sua campanha, Nabuco fundou a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e criou o jornal O Abolicionista, e então passou a viajar para o exterior, buscando apoio, especialmente da Inglaterra, que já tinha se industrializado e pressionava outros países a abolirem a escravidão para fomentar o consumo de mercadorias.
Por meio de seu jornal, Joaquim Nabuco também divulgava ideias de reforma agrária, propondo distribuir terras a todos, inclusive aos escravos libertos. Enquanto lutava pela abolição, Nabuco defendia a monarquia, pois acreditava que ela era essencial para manter o Brasil unido, usando como exemplo a fragmentação da América Espanhola em várias repúblicas. Em 1885, ele chegou a propor uma monarquia federativa que descentralizaria o poder, dando mais autonomia às províncias.
No entanto, em 1889, com a Proclamação da República, Nabuco desistiu da carreira política e se dedicou à escrita, onde deixou uma importante obra, O Estadista do Império. Em 1905, ele assumiu como embaixador, cargo que ele desempenhou até sua morte, em 1910, aos 61 anos.