Conheça neste episódio um pouco sobre Antônio da Silva Jardim, um republicano que foi derrotado pela República e por uma tragédia.
Antônio da Silva Jardim nasceu no dia 18 de agosto de 1860 em Capivari, cidade que hoje carrega o nome dele, Silva Jardim, no Rio de Janeiro. Ele aprendeu a ler e escrever em casa e, com 11 anos, completou os estudos primários na escola pública da cidade. Aos 14 anos, mudou-se para a capital e estudou português, francês, geografia e latim.
Tornou-se responsável pela redação do jornal ‘Lavram Literário’, onde começou a expor seu pensamento sobre a República e publicou um artigo sobre Tiradentes, no qual elogiava a rebeldia dos Inconfidentes contra o regime absolutista. Na época, Tiradentes ainda não era considerado um herói e não havia feriado em sua homenagem, algo que só foi instituído anos depois na República.
Luta abolicionista
Em 1887, Silva Jardim começou a cursar a faculdade de Direito em São Paulo e passou a participar de reuniões e debates da campanha abolicionista, que estava tomando conta do país. Silva Jardim, então, começou a espalhar ideias e a organizar fugas de pessoas escravizadas. Neste momento, aderiu de vez aos ideais republicanos e passou a escrever sobre a causa para diversos jornais. Ele jamais tratou a abolição como um grande ato da Princesa Isabel, como foi ensinado nas escolas. Para ele, o fim da escravidão ocorreu graças à mobilização de décadas do movimento abolicionista.
Silva Jardim percorreu diversas cidades para divulgar o novo regime político, mas acabou expulso do Partido Republicano. Isso aconteceu porque ele foi vítima do sistema brasileiro que mudou para não mudar. A República no Brasil nasceu de um golpe militar apoiado pela aristocracia, que queria manter o seu poder, enquanto Silva Jardim fazia parte de uma corrente republicana que acreditava em uma política feita para atender à vontade do povo, algo bem diferente do que se tornou a República no Brasil, que atendia aos interesses de uma minoria.
Desiludido, ele desistiu de vez da política. Antônio da Silva Jardim teve um fim trágico. Em 1º de julho de 1891, em viagem pela Europa, ele quis conhecer o vulcão Vesúvio, na Itália. No dia da visita, Silva Jardim se aproximou demais da cratera e foi tragado pelo vulcão.