O processo de abolição da escravatura durou muitos anos, e muitos personagens importantes foram ignorados pela história oficial. Um desses nomes é André Rebouças, um dos maiores líderes do movimento negro no Brasil e responsável por importantes obras de engenharia, como a estrada de ferro entre Curitiba e o porto de Paranaguá.
André Rebouças teve a oportunidade de estudar e se tornar engenheiro porque seu pai, também negro, era filho de um alfaiate português e teve sucesso como advogado na Bahia, o que possibilitou que a família tivesse acesso à educação e contatos políticos. Rebouças desenvolveu várias ideias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos negros, e acreditava que a abolição deveria vir acompanhada de reformas agrárias e educacionais.
A luta por abolição
Rebouças defendia uma ‘democracia rural’, em que todos tivessem um pedaço de terra. Embora fosse capitalista, acreditava que terras improdutivas eram um mal para a economia e que a reforma agrária aumentaria a participação econômica dos ex-escravizados. No entanto, após a abolição, o golpe da República de 1889 favoreceu os grandes latifundiários, excluindo o negro da sociedade.
Vendo que seus projetos não teriam espaço, Rebouças se exilou, passando pela Inglaterra, Angola e Portugal, onde continuou a buscar melhorias para a população negra. Ele faleceu em 1898, sendo pouco lembrado pela história oficial, provavelmente devido à sua cor. Até hoje, imagens de Rebouças frequentemente o mostram como branco, uma tentativa de apagamento histórico.