Turma da Mônica e representatividade

Representatividade é um assunto cada vez mais discutido, e poucas produções trabalham isso tão bem quanto a Turma da Mônica, de Maurício de Sousa. Mas, antes de tudo, para você que não entende este debate, como a própria palavra já diz, é a tarefa de representar todos os perfis de pessoas em uma determinada produção.

Muitas pessoas acham isso “mimimi” ou algo forçado. Simplesmente porque se encaixam de alguma forma dentro do padrão que sempre foi apresentado ou porque cresceram tão acostumadas a essa imposição que não percebem o quanto isso foi negativo ao longo da vida. Causando rejeições de partes do corpo, cabelo ou outros detalhes.

A origem

Como mencionado, a Turma da Mônica, com o passar dos anos, se mostrou um exemplo de produção atenta a essas questões. A série de histórias é de 1959, girando em torno de Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão no bairro do Limoeiro, representando quatro crianças brancas.

Já na década de 60, surgiu o personagem Jeremias, um menino negro, mas que não era tão frequente e nem ganhou tanto destaque quanto Milena, que foi a primeira personagem negra a protagonizar uma leva de revistas. Além de Milena, sua família é composta por mais quatro integrantes: o publicitário Renato, a veterinária Silvia, Fabinho e Solange. Cada um com seu estilo, cabelo cacheado, trança, black power, entre outros detalhes.

Representatividade

As revistas buscam trazer representatividade para muitos outros públicos. Entre os personagens, temos: Tati, que tem síndrome de Down; Lucca, que usa cadeira de rodas; Dorinha, com deficiência visual; André, com transtorno do espectro autista; Umberto, que tem dificuldade de fala; Amir, com dificuldade de locomoção; Edu, que possui distrofia muscular; Sueli, que é surda e se comunica através de Libras; Bernardo, que tem nanismo; e Igor e Vitória, que são soropositivos.

Além disso, Maurício de Sousa também anunciou que em breve haverá um personagem LGBTQIA+. O cartunista afirmou que essa comunidade precisa ser retratada na história porque faz parte das famílias. No passado, a Turma da Mônica chegou a apresentar o personagem Caio, amigo de Tina, sugerindo que ele se relacionava com um homem, mas isso não foi continuado.

Com o retorno ou surgimento de um novo personagem nos próximos anos, a Turma da Mônica continua a representar mais um público, reforçando sua busca por apresentar todos os perfis da sociedade.

Tudo isso mostra como outras revistas, séries e filmes nacionais também podem fazer representatividade de forma natural. Porém, é claro que é preciso mais: representar cada grupo é importante, mas é necessário que isso venha acompanhado de espaço, histórias variadas e proporcionalidade.

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